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sábado, 2 de abril de 2016

Conto nada erótico periférico.

No boteco tomando uma breja barata e vendo futebol na TV. Percebe ela passar trajada, indo ao culto. A troca de olhares descompromissado, porém carregado de vontades.
            - Te encontro depois das oito. O sim veio com um sorriso de canto de boca.
            Não existe a palavra amor e isento de sentimento ou pudor é palavrão atrelado a tesão. Não havia colchão, mas sim papelão, o travesseiro era saco de cimento. Apenas sexo sem sentimento, nenhum dos dois ciumentos.
            Deitados sob o concreto fluía o amor liquido. Distante de qualquer relação sólida, os orgasmos desmancharam-se no ar. O corpo nu a luz da lua era o colírio para afastar o pó do cimento a cada movimento.
            O silencio quebrado com sussurros e gemidos, porém nenhuma promessa de amor eterno, namoro, noivado ou casamento. Medidas incalculáveis de carinho, também gemidos reprimidos. Mordidas, chupadas, roupas intimas rasgadas, beijos molhados, unhadas, puxões de cabelo e tapas. Quase um vale tudo, o oferecer o prazer a alguém sem olhar quem.
            A mistura perfeita para a satisfação sexual e quem sabe espantar a solidão. A personificação do sexo descapitalizado, sem custos, apenas energia física e vontade, excitação e sedução. O carnal quase animalesco, onde ambos saem de si e se entregam ao outro alheio.
            Eis o sexo inseguro, atrás do muro. Ela confia na tabelinha e ele no coito. O encontro às oito onde as ultimas palavras trocadas foram:
            - Vamos! Você mora longe pra caralho, tenho de ti levar e voltar a pé. E amanha vou trabalhar cedo.
            - Vai tomar no seu cú, seu porra. Olha a minha roupa toda suja, o que vão pensar? O que vou dizer lá em casa?
            Quarta que vem tem futebol na TV e culto na igreja. E no mesmo horário vão encontrar-se, para a construção vão voltar e reciprocamente as vontades carnais saciar!

Joey é escritor autodidata.

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